Faço essa pergunta para meus alunos (quando ensino futuro nas aulas de inglês) e a resposta unânime é: não.
Estive pensando sobre o categórico “não” e lembrei de três condutoras na jornada do ensino.

No começo, Tia Graciete, professora de português guiando a pequena mão no caminho árduo das letras.
Naquela jornada entre as análises sintática e morfológica ela me contou que o verbo é o melhor amigo do sujeito, mas só o adjetivo pode dizer se ele é bom ou mau.
Use canetinhas coloridas, realce as margens, faça do seu caderno uma pintura. Organize-se. Flerte com a gíria, mas se case com a gramática – disse ela.
Muitas primaveras depois, Maria Diva Fairbanks, madame le professeur. Uma diva (nome e sobrenome) me apresentou o francês. E foi amor, caro leitor.
À primeira vista? Não, a primeira aula.
Fazendo bico, mas soltando a língua. Fiz um cruzeiro pelos mares da francofonia. Embarquei numa viagem que me levou além da França 🇫🇷. Com a mochila nas costas, meio sem rumo, ela me recebeu em sua casa e no seu coração.
Recentemente, a Bárbara professora de ioga, me apresentou as posturas – um dialeto desconhecido e as invertidas – um desafio enorme. Cada aula uma dinâmica, uma constelação de técnicas e a cartinha (o toque acetinado me conforta) do oráculo do pão.
A conexão com as fases da lua, o cumprimento acalorado do início e o acolhimento no final.
As professoras apresentam um novo universo, fazem associações e conexões inesperadas, oferecem a mão para te conduzir no caminho desconhecido.
Somos todos aprendizes nessa jornada, por vezes ingrata, mas as instrutoras a tornam menos dramática.

Quando você acerta o elogio é rápido, quando erra a correção é afetuosa. Ensinam com amor, corrigem com empatia.
De dura basta a vida– elas entenderam.
Compreenderam que o ensino vai além da sala de aula ou do tapetinho. Ensinar é uma viagem e elas são as guias nessa jornada de descoberta, alargam as fronteiras da mente e expandem as do coração.
Para vocês professores e professoras minha homenagem, reverência e respeito. Sem vocês minha bússola estaria quebrada e o norte jamais seria alcançado.
Finalmente, não creio que os robôs substituirão os professores no futuro.
E você? O que acha?