Doce Cuentos: a astúcia narrativa de Gabriel Garcia Márquez

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Paris

Rosana Ollive é escritora, viajante e uma leitora voraz, nos conhecemos pelo instagram por conta do livro Mochilando com as Deusas.

Ela me encontrou aleatoriamente e começamos o que será – suspeito- uma grande amizade, por enquanto virtual 😉 .

Tornou-se para o nosso deleite uma colaboradora do blog – se você ainda não viu-, com sua escrita suave e fluida que ilumina os nossos dias cinzentos de quarentena.

Hoje fala sobre o livro Doce Cuentos Peregrinos do grande García Márquez.

Dois lembretes: o livro está disponível em espanhol e utilizamos links afiliados. Se você comprar por aqui receberemos uma comissão, mas isso não afeta o preço que você paga, ok?

Com a palavra Rosana Ollive:

 

“Os contos narrados nesse livro foram escritos e reescritos ao longo de dezoito anos, nos intervalos das diversas viagens que Garcia Marquez empreendia pelo mundo.

Fez isso de forma aleatória,  pelo simples “vício de escrever,” como confessou anos depois: “foi resgatado do lixo mais de uma vez e não havia razões para publica-los,” completou.

 

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Barcelona

Até que em uma certa noite, quando já estava estabelecido há cinco anos em Barcelona, e há muitos sem visitar a terra natal,  teve um sonho “estranho e esclarecedor”.

Segundo contou: sonhei que assistia a meu próprio enterro, de pé, caminhando entre um grupo de amigos vestidos de luto solene, mas com um ânimo de festa.

Todos parecíamos felizes por estarmos juntos. Eu mais que ninguém,  por aquela grata oportunidade que me dava a morte para estar com meus amigos da América Latina, os mais antigos, os mais queridos, os que não via há muito, muito tempo.

No final da cerimônia, quando começaram a ir embora, eu tentei acompanha-los, mas um deles  me fez ver com severidade que a festa havia terminado para mim: você é o único que não pode vir”(*),me disse.

Só então compreendi que “morrer é não estar nunca mais com os amigos.”

 

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Barcelona

O escritor tomou o sonho como um “sinal” , uma tomada de consciência da sua identidade latino-americana e de coisas acontecem a ele e sua gente vivendo na Europa.

Assim “passeamos” por Genebra, Roma, Paris e tantas outras cidades do Velho Mundo sob a ótica do realismo mágico de Garcia Marquez e seus personagens pitorescos e extremamente humanos, isso sem falar nas situações em que envolve seus amigos reais como os poetas Pablo Neruda e Jorge Luiz Borges, entre outros.

 

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Roma

É um livro leve e foi finalmente publicado um pouco depois do denso  Outono do Patriarca, que foi um grande sucesso, mas deixou seu autor esgotado.

Se você gosta da astúcia narrativa de Gabriel Garcia Marquez vai amar essa coletânea.

Se ainda não conhece, contos são a melhor maneira de conhecer um escritor.

Fica a dica!”

(*) tradução livre feita por mim.

Rosana Ollive

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