Individuação significa tornar-se um ser único, na medida em que por ‘individualidade’ entenderemos nossa singularidade mais íntima, última e incomparável, significando também que nos tornamos o nosso próprio si mesmo. Podemos, pois, traduzir ‘individuação’ como ‘tornar-se si mesmo’ ou ‘o realizar-se do si mesmo’. Carl Jung.
O processo de individuação é longo e doloroso. É um dos conceitos principais da psicologia junguiana e significa confrontar o lado sombrio do ser (a sombra) e vários aspectos da personalidade, não muito bonitos, com o intuito de despojar-se da persona e descobrir o seu chamado no mundo. A essência é desabrochar seu potencial e realizar algo só seu na comunidade que habita.
É uma viagem cujo destino você não conhece, quanto mais o fim! Você percebe que há um começo, ainda que involuntário, quando seu ego deixou para trás as ilusões de grandeza e você sabe que existe algo mais profundo, maior do que você e de seus desejos mesquinhos, mas não controla nem o desenrolar do processo nem o resultado, seja ele qual for. O rumo é desconhecido e a estrada sinuosa.
Cada um tem a sua própria jornada, que é única e subjetiva, do mesmo modo que somos indivíduos singulares. Assim é nossa travessia pelo labirinto do inconsciente e pelas pontes do ego, que funciona como juiz ou árbitro. O propósito é inteirar, agregar o consciente e o inconsciente ou integrar, na linguagem da psicologia, pelo processo de individuação, no qual se procura a totalização do ser.
Não há fórmula para isso, mas posso garantir que ignorância não é uma bênção.
Reúna os deuses que há em você. Descubra seus limites e talentos, faça as pazes com seus defeitos, celebre suas peculiaridades, viaje com um plano, mas esteja aberto às mudanças bruscas de tempo. Compartilhe seus conhecimentos e habilidades, converse com seus amigos e peça conselhos daquele que você considera mais equilibrado.
Sobretudo confie em você mesmo. Desenvolva sua intuição e preste atenção, fique atento ao itinerário e mantenha a mente aberta para mudá-lo se for o caso. Não se prenda a ideias preconcebidas sobre os países nem sobre você mesmo, vá e sinta por si só.
O objetivo é tomar consciência de que é um ser único para fazer aquilo que veio ao mundo realizar, mas ainda não se deu conta. Tornar-se singular, ímpar, com as duas partes perdidas reunidas em um só local, em harmonia. Individuar é encontrar-se, é sair do que você considera certo e confortável, do aconchego do destino conhecido cuja língua você domina por completo. Parece inseguro, não?
Inseguro é ficar em casa sem se arriscar a mudar de rota. Melhor entregar-se a esse trajeto que se assemelha muito a uma peregrinação, uma jornada para dentro de si mesmo.
Boa viagem.
Quer saber mais sobre o processo de individuação? Dá uma olhada nesse blog: Café com Jung.
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Um comentário sobre “Processo de individuação: rumo desconhecido e estrada sinuosa.”