O Camboja tem uma história sangrenta e recente: o genocídio de 2 milhões de habitantes pela ditadura de Pol Pot e o Khmer Vermelho. Um diálogo de pacificação só foi iniciado em 1986 no país. Há a visita aos killing fields ( os campos de morte) e ao centro de reabilitação, que na real era uma prisão. Não há palavras para descrever a sensação, é uma visita obrigatória se você quiser ter uma noção do que se passou. E não é agradável, mas como alguém me disse: a história foi escrita com sangue. Nem só de paisagens vive o homem.
Visto: entrei por terra vindo do Vietnã (Ho Chi Minh) de ônibus (10 horas até a capital Phnom Penh). A saída do país (Vietnã: se você ainda não viu) foi demorada, cerca de 1:30 em pé na fila, numa espécie de galpão. A entrada no Camboja, por outro lado, foi super rápida: 5 minutos. Eles tem biometria, então é só colocar lá os dedinhos e voilá. Não me fizeram nenhuma pergunta, colocaram o visto no passaporte e pronto: liberada.
O reino, cujo chefe de governo está no poder há 25 anos, passa por momentos delicados. Há muita tensão política na capital Phnom Penh, inúmeros policiais nos monumentos e toque de recolher a meia-noite. A guia não podia falar de política na rua (apenas na van ou dentro do ônibus), pois muitos participantes do governo atual pertenciam ao antigo Khmer vermelho. A capital é muito bonita, fica as margens do Mekong (o rio que é importante tanto para a eletricidade quanto para a pesca e o cultivo do arroz na região) e conta com diversos edifícios da época colonial francesa, fazendo da cidade umas das mais bonitas da Indochina.
O Palácio real de Phnom Penh , a pagoda de prata e os killing fields:
Siem Reap : embora não seja a capital é a porta de entrada para o complexo de templos de Angkor Wat ( Patrimônio da UNESCO) e vou te dizer uma coisa: as ruínas mais lindas que já vi na vida. Sim, é mais bonito que o Egito. Imagina uma imensidão de templos no meio de uma floresta? De uma importância arqueológica sem igual, o complexo contém os resquícios da arquitetura do império Khmer. E que resquícios. É como um casamento (bem sucedido) entre natureza e religiosidade: árvores imensas entre, sob e sobre os templos. Dois dias explorando as ruínas debaixo de uma temperatura de 37 graus, mas veja ai a maravilha:
E, no terceiro dia acordamos às 4:00 para ver o nascer do sol em Angkor Wat:
Fizemos algumas paradas pelo caminho antes da última cidade e, óbvio comi tudo que tinha pela frente (leia-se insetos), o rato no espetinho eu decidi passar (para a próxima, quem sabe?):
Super conhecida no Camboja – não só pela filmagem de Tomb Raider (em um dos templos de Angkor Wat chamado Ta Prohm) – Angelina Jolie escreveu um livro recente cujo título em inglês é: first they killed my father, e foi adaptado para o cinema: filme sobre o genocídio no Camboja. Famosa e amada no país, todos sem exceção falam (e muito bem) da atriz/escritora, e o livro está sendo vendido em cada esquina no país.
Preços: a moeda do país chama-se “Riel”, entretanto a economia é dolarizada. Você pode pagar qualquer coisa em dólar (o que torna a vida do viajante pelo Sudeste Asiático muito mais fácil). Garrafa de água de 500 ml: US$ 1,00, comida no almoço (inclusive frutos do mar) no máximo US$ 3,00. Bebidas de US$ 1,00 a 2,00. Jantar em um bom restaurante no máximo US$ 5,00. Massagem: US$ 8,00 (sem happy ending já que eu sou mulher, né?). Lavar sua roupa no hotel: US$ 5,00 (várias camisetas, calça e o casaco que levei para o voo). As lojas de conveniência ficam no posto de gasolina como aqui. Com cerca de US$ 4,00 você faz a compra do mês, 😉 .
Deslocamento: tuk tuk. Sério. Qualquer lugar você pode estabelecer uma taxa fixa (na negociação) de US$ 3,00. Super simples e não tive nenhum problema, inclusive à noite (tinha companhia aproveitei para sair), fui a pub street e voltei ao hotel em perfeita segurança utilizando o tuk tuk. Lembre-se de negociar antes de entrar.
Acomodação: na capital Phnom Penh fiquei no seguinte hotel: Acomodação. Confortável, ótimo café da manhã, piscina e todas as facilidades de uma boa localização. Em Siem Reap o seguinte : O melhor hotel. Excelente em todos os aspectos: localização, comodidades, tamanho do quarto, serviços e café da manhã. Recomendo muito.
Um comentário sobre “Camboja: Angkor Wat: onde a floresta engoliu os templos”