Deserto: minha paixão

Todos temos uma paixão secreta, não é?

 

A minha é por desertos. Não sei quando isso começou ao certo. Meu pai costumava dizer que somos descendentes dos nômades (ascendência síria). Nunca soube se isso era lenda ou apenas uma estória inventada para nos sentirmos mais “interessantes”, por assim dizer. O fato é que tenho certeza que isso me marcou a ponto de eu desenvolver uma fascinação pelos desertos do mundo.

 

Passei pelo Atacama e nunca vi um céu mais bonito. De fato, vi Júpiter pelo telescópio gigante lá localizado em um tour astronômico com temperaturas beirando zero. Durante o dia me encantei com a paisagem surreal do vale de la luna e as formações geológicas saídas de um filme de ficção sob temperaturas de quase 45 Celsius. As lagoas daquele azul turquesa rodeadas de picos nevados quase irreais aos nossos olhos desacostumados a paisagens incólumes.

 

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Na Austrália visitei o semiárido (sem hífen, que tristeza isso) a fim de ver o monolito vermelho no meio do nada: Urulu, a pedra sagrada para os aborígenes: uma mistura de espiritualidade e cultura indígena nas palavras de um guia. Não contente vi nascer e por do sol. Filmei até. Fiz uma trilha pelo parque Uluru-Kata Tjuta (te obrigam a levar um litro de água por km percorrido). Novamente a variação de temperaturas é absurda.

 

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O ápice, claro, foi o Saara. Começamos a travessia (no lombo de um camelo) sob o olhar preguiçoso de um sol que se despedia no Marrocos, até quase a fronteira com a Argélia e chegamos no acampamento sob a proteção da lua cheia e uma temperatura de aproximadamente 3 graus. Com a areia dourada sob meus pés vi o nascer do sol, subi e sentei nas dunas geladas para presenciar um amanhecer inesquecível.

 

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Sabe aquela sensação quentinha que te invade e você se sente em casa? Foi exatamente assim que eu me senti no norte da África.

 

Saara

Será minha pequenez diante daquilo tudo que me fascina? As grandes distâncias percorridas e o forçoso silêncio que se impõe no deserto? A atenção redobrada as tempestades de areia e outras intempéries? As mudanças bruscas de temperatura? Nasci nômade e ainda não “sai do armário”, com o perdão do trocadilho? Não sei, mas paixão não se explica.

 

E você? O que te toma por dentro e te aconchega?

 

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