Egito Parte II: Luxor é uma receita de amor ao país.

Pegamos um trem, o sleeping train : trem do Cairo para Luxor, preço para cabine individual: USD$ 110,00 e cabine dupla: USD$ 80,00. A viagem que deveria ser de 9 horas durou 14 (reformas nos trilhos e atrasos). Não me incomodei com isso já que o trem é super confortável, o banco vira cama e serviram jantar e café da manhã, dormi muito bem. Entretanto, deveria ter ido de avião para aproveitar melhor a cidade. É unânime: Luxor é o lugar favorito de todos os turistas. Uma vibe relaxante e a cidade é cheia de luz com o Nilo ao meio. Separe pelo menos 3 dias e quatro noites. Fiquei pouco tempo, esse foi o segundo erro no meu roteiro. Se você não leu o primeiro (Cairo).

A receita básica para fazer um “Luxor” ao ponto:

  • Um pouco de história: Luxor (com esse nome tão “garboso”) chamava-se Tebas. Situa-se no sul do Egito a beira do Nilo, de um lado as ruínas dos templos de Karnak: Templo dedicado a Amon-Rá e de Luxor: arquitetura faraônica, greco-romana e islâmica  . As ruínas mais bem conservadas e os maiores complexos do Egito se encontram aqui. Do outro lado o vale dos reis e das rainhas (uns bons quilômetros deserto à dentro).

Nos vales estão as tumbas mais bem conservadas, inclusive a de Nefertari (1.000 libras egípcias e vale cada centavo), a rainha e esposa de Ramsés II. Uma explosão de cores e hieróglifos, ainda cheira a realeza mesmo depois de tantos séculos. Linda demais. Enfim, é possível ver como os faraós se preparavam para a vida após a morte, o seu bem mais precioso. Não é possível tirar foto dentro das tumbas e, acho justo: Vale dos reis e das rainhas.

Luxor Temple e o Nilo:

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  • Uma pitada de geografia: A cidade dos 100 portões se divide em west bank e east bank, no último se situam os templos acima referidos. Os blogs que li e o trip advisor aconselharam que os melhores hotéis estão no west bank, e assim fizemos, ficamos do outro lado do Nilo. É possível atravessar de barco a motor ou pegar o ferry – que é municipal.

Para visitar os templos pegávamos um barco pequeno, e aí entra a arte da barganha: eles vão te pedir 20 libras, você oferece 10, eles baixam para 15, você continua oferecendo 10. Se não adiantar apele para o sangue: eu apontava para minhas veias de forma bem dramática e dizia:” meu avô é árabe! Aqui corre o sangue de vocês! “. Tudo para economizar uns trocados.

O que não deixa de ser verdade, só que meu avô era da Síria e não do Egito.

  • Meia xícara de gafes: Quando chegamos a Luxor a eletricidade estática era tão grande que minha amiga (pequena, mas capaz de eletrocutar qualquer homem de 1.80) tocou nos pelos do meu braço e eu pude sentir o cheiro de queimado e o choque antes disso. Tomávamos choque ao pegar o elevador, ao tocar no corrimão das escadas, ao abrir a porta do quarto, enfim: tudo que Midas tocava virava ouro, no nosso caso virava torrada mesmo.

A sabedoria popular (ou sei lá de onde isso vem, algum recôndito ancestral talvez?) nos ensina que devemos tirar os sapatos e pisar em terra (solo mesmo não apenas no piso/azulejo do quarto) a fim de eliminar a estática que corre feito correnteza de rio bravo pelo corpo.

Pois bem, falei isso ao dono do hotel quando estávamos na área da piscina (ciente que ele devia me achar louca) a medida que ia removendo minha bota ele saia de fininho para entrar na sala… minha amiga então mencionou que não é comum deixar os pés para fora na cultura dos nosso anfitriões.

Mohamed que nos tratou tão bem, até mesmo com pedido de casamento (!) , deve ter ficado horrorizado com tal ato bárbaro. Gafes culturais estão aí para serem cometidas, não é mesmo?

 Templo de Karnak na noite de 31 dez de 2016:

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  • Uma jarra de afeto: Para visitar os vales precisamos de um guia e quem nos serviu foi: Ahmed Eldeak (facebook). Muito preparado para a tarefa e faz o estilo “simpaticão”. A noite, depois do tour, estávamos caminhando na rua (eu e Karen) e ele veio nos cercando de moto fazendo brincadeira (subimos na moto) e terminamos a noite em sua casa, conhecendo sua esposa (com um sorriso de orelha a orelha), seus 4 filhos (pois é) e tendo uma experiência maravilhosa, com gente de verdade falando e agindo genuinamente.

Ela colocou o lenço que eu havia comprado em minha cabeça a forma de um hijab (o véu que cobre a cabeça e o pescoço) e fiquei com cara de árabe mesmo. Gente muito boa de um coração generoso, tão doce quanto o chá de menta servido. Como não amar?

Ahmed nos levou até Hatshepsut (A rainha misteriosa) : um complexo de templos da rainha-faraó do Antigo Egito (uma rainha/rei), é sensacional e ainda tem uma história de amor. Não vou dar um spoiler aqui, apenas dizer que apesar de ser uma rainha sua tumba se encontra no vale dos reis:

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  • Alojamento e alimentação: ficamos no hotel El Mesala ( Hotel em Luxor). Hospedagem em quarto duplo: USD$ 54,00 para duas diárias (31 de Dez a 02 de Jan). Com a vista fenomenal para o Nilo. Quarto amplo, muito iluminado e uma varanda só minha para não poluir o quarto com meu cigarro. Foi providenciado “acompanhante/segurança/guarda” para nossa saída noturna a Karnak, eu e minha amiga quebramos o ano novo (Dez/2016/jan/2017) no show de luzes que o templo oferece.

Mandei lavar roupas lá também, por $ 9,00 lavamos a dos três viajantes. Mohamed ( o dono do hotel) nos conseguiu também o transporte para Aswan (decidimos ao invés de ir de trem pegar um carro para parar no caminho e visitar outro templo). Adorei o hotel.

Ao lado do hotel tem um restaurante: Sunflower: comida razoável e preço bom: cerca de 60 libras egípcias a refeição, onde o “pinguço” do meu amigo inglês finalmente encontrou cerveja (pensa numa pessoa feliz). Outro local que indico para comer é o restaurante África, na rua a esquerda do hotel indo em direção ao centro. Cerca de 100 libras egípcias por refeição, ótimo atendimento e melhor tempero.

  • Um copo americano de arrependimento: Fiquei pouco tempo em Luxor. Apenas dois dias e meio. Há ainda muito o que se ver e quando eu voltar ao Egito vou direto para lá. E fico uma semana pelo menos. Vá e fique mais tempo, aproveite os ares de tranquilidade e fuja do caos do Cairo para relaxar na antiga Tebas.

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8 comentários sobre “Egito Parte II: Luxor é uma receita de amor ao país.

  1. Meu sentimendo de ler seu bkog é misto: felz d+ por vc sempre me levar(msm por imaginação) em suas viajens e ao msm tempo uma pitada de inveja (não uma inveja ruim) por não estar lá com vcs… Mto obg por transmitir suas aventuras, é maravilhoso! ! 😉

  2. 😊😊😊😊 Adoraria q vc me acompanhasse de fato em uma das viagens !
    Acho lindo que vc de fato lê meu blog e leva um tempo para comentar , te amo minha irmã ❤️
    Beijos grandes 😘😘😘😊😊

  3. Mônica, deve ter sido muito marcante esta viagem pra você, pois da da forma que se expressou neste post pude sentir suas emoções de espanto, felicidade e satisfação. Adorei a forma como o escreveu. Bj

    1. Belluzzi, foi sim de muitas maneiras. Está sendo difícil postar o último post, sabe? Há coisas complicadas de deixar para trás, não é? Um bom livro, uma viagem marcante ou um grande amor 😉 obrigada por participar, beijos

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