Escrever é uma maldição, mas também a salvação

               Escrever é uma maldição, mas também uma salvação.

               Clarice Lispector

Máquina de escrever antiga com um texto de escrita criativa
Escrever é uma maldição

Escrevo para digerir dores e me despedir de amores.

Escrever é deixar as lágrimas rolarem, é fazer do coração um lugar de paz. É desanimar e se excitar com cada sentença.

Destino? Surpresa. É nunca saber para onde vai.

Redigir é um modo – e viajar – de lidar com a impermanência da vida.

Com as perdas ainda que imaginárias – na verdade nunca tive como posso perder?

Máquina de escrever com o texto: it starts with a word
Escrita é feita de víscera

De processar a tristeza e fazer dela não um canto, mas um conto.

Na jornada da vida, escrever é um farol que me indica o caminho durante a noite escura da alma.

Uma bússola que impede que eu me perca em insensatez e insanidade.

Não posso alegar ser temporária.

De efêmero basta o amor. Que breve veio e breve se foi.

Escrever, minha cara Clarice, você tem razão: é a maldição que salva.

É refúgio dos que não falam. Dos que se escondem atrás das letras de um alfabeto mudo.

É liberdade com asas, feitas de papel.

Mulher com asas brancas. Escrever é dar asas as palavras
Liberdade com asas feitas de papel

Deixo a imaginação brincar de ciranda enquanto tonta jogo as palavras no ar.

Será que sairá uma crônica? Sangue? Ou apenas uma rima?

É o encanto dos que não veem bem. Dos desajustados. Dos sem teto.

As sentenças são nosso abrigo. Os capítulos nossa casa imaginária. Aquela cabana na beira de um lago.

Anoto para me livrar das palavras, como se jogadas ali elas pudessem finalmente ser livres.

Me sufocam qual fumaça de um incêndio.

capitulos são casas imaginárias como uma cabana no lago
Cabana no lago

Elas alcançam a emancipação.

Nada mais as prende. Elas não devem nada a ninguém.

Incorporam a sabedoria dos que nada tem, mas nada querem também.

As palavras são autônomas. As sentenças lhes dão rumo. O final se escreve sozinho.

Controle? Não há.

As mãos escrevem sozinhas a ebulição que se passa na mente.

De onde vem as palavras? De algum recanto escondido. Onde a água corre e dorme-se bem. Aquele lugar de aconchego, lembra?

farol: escrever é um farol da noite escura da alma
Escrever é o farol da noite escura da alma

É chegar em casa, tirar a máscara e respirar.

Escrita é isso: dor no começo, aconchego no final.

Escrever dói, mas o que não dói nessa vida ?

Mônica Barguil

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